Oi, amiga!

Tou escrevendo da solitária hoje. Fui pega fazendo cocô na marmita da Ednalva e a policial se achou no direito de me deixar dois dias na solitária, por desrespeito a companheira de cela. Como assim? Semana passada aquela vadia, filha de uma escrota, pegou a minha chapinha e alisou os cabelo da xana, porque ela disse que ia se encontrar com a Edvaneide, da cela 305. Menina, tou com a minha vida que só por Jesus, sabe? Dividindo cela com sapatão masculina. Cheguei no fundo do posso, sabe?

Sim, aqui na cadeia tem cebola. Cleidvania, da cela 110 faz a cebola de pasta de dente. Ou, se não for isso, ela deve ter restos cebola dentro daquele estômago. Porque ela tem um bafo. Uma vez, távamos cantando pelada na cela (porque aqui é mto quente, sabe?) e ela começou a cantar pertinho de eu. Ela se aproximou e quando veio o bafo... menina, nunca fiquei drogada tão rápido. Achei que tinham abrido uma franquia do inferno dentro da barriga dela. Senti o bafo do Satanás. Vi o diabo incorporado, menina! Nunca passei tanto medo de morrer.

Às veiz eu sinto a minha vagina tremer, mas isso é falta, viu? Tou que não me aguento de vontade de transar. Avisa o Romoaldo que eu tenho visita pelo menos uma vez na semana. Tou aflita, menina!

Ai, como o Roverclesdon é romântico, né? Eu lembro aquela veiz que ele fez uma serenata de amor pra você, lembra? Que ele veio fantasiado de Wando e começou a cantar aquela música linda. Ai, que saudade! O problema foi ter jogado a calcinha pra ele e não ter me lembrado que eu estava menstruada. Foi chato depois ter que ficar limpando o rosto dele. Até hoje ainda me envergonho lembrando disso.

Pode deixa, amiga, vou mandar um alo pra todas. Se puder, me traga uns podruto da Natura. Tou presa, mas quero fica bonita.

Beijos,
Jaci

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